"Não
cometais injustiça nos vossos julgamentos: não dês vantagem ao fraco e não favoreças
o grande, mas julga com justiça o teu compatriota. Não tenhas nenhum pensamento
de ódio contra o teu irmão, mas não hesites em repreender o teu compatriota,
para não te onerares com um pecado em relação a ele." (Levítico 19, 15-17)
Quando, em 1319, o rei D. Dinis
conseguiu, finalmente, transferir para a Ordem de Cristo todos os bens dos
Templários em Portugal, supôs-se que o monarca estivesse não só preocupado com
o futuro econômico-financeiro dos templários, mas também profundamente
interessado nos conhecimentos empíricos dos seus membros. Séculos de experiência
de navegação, principalmente conduzindo cristãos à Terra Santa, fizeram deles peritos
no uso de instrumentos como o astrolábio e hábeis conhecedores das rotas
marítimas. Tendo dedicado a sua vida a conquista e consolidação do território
português, D. Dinis acalentava o desejo de ampliar o seu império além-mar,
esperando o momento oportuno e os parceiros adequados para serem concretizadas
as suas idéias.