A pouca distância de Rennes, uma
casa que servia ao mesmo tempo de bar e de salão de bilhar, era habitada e
dirigida por uma família de vida cristã.
Mas estranhos sintomas de
presença diabólica de repente se fizeram sentir. Ainda quando não havia gente
no salão de jogo, ouviam-se ruídos e vozes que imitavam um numeroso agrupamento
de jogadores; os móveis mudavam de lugar na casa, sem que ninguém tocasse
neles, as portas se abriam e fechavam sozinhas, e um ruído estranho se fazia
ouvir nas camas dos diversos quartos.
Numa noite de Natal, tendo a
criada subido ao sótão em que residia, a fim de aprontar-se para ir à Missa do
galo, encontrou o aposento cheio de fumaça densa, no meio da qual se agitava
alguma coisa meio indefinida. A criada soltou um grito, saiu precipitadamente e
caiu desmaiada.
Os moradores da casa andavam
continuamente aterrorizados por tão estranhos fenômenos.
Já haviam mandado rezar muitas
Missas pelas almas, já haviam solicitado as orações rituais da Igreja para a
benção de casas mal-assombradas, e o flagelo não cessara. O único remédio seria
mudarem-se daquela casa.
Uma mulher piedosa aconselhou aos
moradores que recorressem à medalha de São Bento.
De início, foi pregada uma em
cada porta da casa, e imediatamente cessou toda a barulheira. Mas ninguém tinha
pensado em colocar o sinal da salvação na entrada da adega, e toda a malícia
dos demônios pareceu ter-se refugiado naquele lugar, tal era o estrondo e tal
era a desordem que ali reinavam.
Lá puseram também a medalha e por
fim a influência diabólica deixou completamente a casa.
(Livro A história maravilhosa e a eficácia comprovada da Medalha de São Bento, Dom Próspero Guéranger)
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