domingo, 5 de agosto de 2012

Beata Imelda Lambertini (1322 - 1333)


Patrona das Primeiras Comunhões



"Eu não sei por que as pessoas que recebem Nosso Senhor não morrem de alegria". 

Imelda Lambertini nasceu na cidade de Bolonha, Itália, no ano de 1322,  num ambiente de muita fé e  piedade. Desde tenra idade, assimilou com especial afeição a primorosa educação recebida. Seu amor a Deus, sua conduta incomum no dia a dia chamava muito a atenção dos pais. Era de fato, uma menina muito especial. Os jogos infantis não lhe agradavam como a oração. Costumava esconder-se nos locais mais ocultos da casa para aplicar-se a ela.  Sua mãe, sempre a encontrava ajoelhada e rezando, quando sentia falta da  filha em casa. 

Ao completar 9 anos de idade a menina pede insistentemente para ingressar no Convento das Irmãs  dominicanas, porém, a Madre superiora de todas as  formas tentou persuadi-la a esperar, pois que a idade ainda não permitia que fosse admitida entre as irmãs do convento. 


Como a insitência de Imelda tornou-se constante,  a Madre, que conhecia seus pais, indagou se não estava feliz por ter pais maravilhosos e boas condições de vida em casa,   tendo ela prontamente respondido que estava sim,  muito feliz, que amava sua família, mas que as irmãs tinham algo a mais que lhe atraía muito: "Nosso Senhor".  Era a devoção à Santíssima Eucaristia que verdadeiramente lhe encantava e  lhe enchia a alma de amor e devoção.  Finalmente, a Madre chamou seus pais e lhes pediu permissão para que Imelda fosse admitida, pelo menos à título de experiência,  já que o desejo ardente de ingressar no convento era já notório também para seus pais. Apesar de entristecidos,  percebiam que Deus reservara algo de extraordinário para a pequena filha.  Por isso,  acabaram aceitando a proposta da Reverenda e consagraram-na a Deus.

Consumado seu ingresso, tudo lhe era motivo de encanto,  os momentos de  oração, o hábito das Irmãs,  o silêncio.  Era muito amada por elas que tentavam privá-la dos serviços e  da rigidez da regra, mas  nada adiantava,  pois queria acompanhar as irmãs em tudo, participando plenamente e  auxiliando nos trabalhos monásticos no convento.   A Madre pedia que não a acordassem durante as orações noturnas,  mas Imelda levantava-se no meio da noite e percorria os grandes salões do convento, caminhando e rezando silenciosamente as  matinas.  

A visita ao Tabernáculo fazia sua alma transbordar de alegria. Só a pronúncia de qualquer assunto relacionado a Eucaristia,  fazia com que seu rosto se transfigurasse instantaneamente.  Ela desejava ardentemente receber a Santa Comunhão.  Nessa época, as crianças não podiam receber a Primeira Comunhão com idade inferior a 12 anos.  Tal qual sua insistência para ingressar no convento,  Imelda pede a graça de receber Jesus, mesmo que não tivesse completado a  idade.  Pedia isso com fervor tão intenso, que as irmãs comoviam-se  pelo desejo que a pequenina nutria em receber o Senhor na Eucaristia. Mas isto ainda não lhe era possível, conforme as normas da Igreja. 

Assim, aceitou com resignação os argumentos das Irmãs. Porém, à medida que o tempo passava, crescia mais e mais nela o desejo de receber Jesus Sacramentado. No ano de 1333, tinha ela  completado 11 anos de idade  quando, depois da Santa Missa,  a última freira que saiu da capela observou que a pequena Imelda, como de costume,  lá permaneceu sozinha rezando mais um pouco.  Só que desta vez, a freira percebeu algo extraordinário: uma Hóstia flutuava acima dela e lhe projetava uma luz branca. Rapidamente esta irmã chamou as outras monjas e todas  prostraram-se diante deste milagre.  A Madre,   constatando que tratava-se de manifestação real de Deus para que a menina recebesse a Primeira Comunhão,  chamou o pároco.  Ao chegar com a patena de ouro nas mãos, o padre admirado, dirigiu-se até à Hóstia.  Assim que aproximou-se da menina ajoelhada, a  Hóstia pousou sobre a patena!.  Assim foi-lhe administrada a Primeira Comunhão. Em seguida,  vagarosamente Imelda baixou a cabeça em oração.  

Imelda permaneceu assim, diante das irmãs por um tempo demasiadamente longo.  Isto fez com que a Madre fosse até ela,  que a nada respondia.  Tentando levantá-la cuidadosamente pelos ombros, a menina caiu em  seus  braços,   trazendo no rosto uma expressão delicada, de inexplicável alegria.  Havia partido para o Céu naquele sublime momento.  A alegria de receber Nosso Senhor foi demais para o pequeno coração que ardia pela presença real de Cristo na Eucaristia.  Certa vez, Imelda já havia dito às Irmãs: "Eu não sei porque as pessoas que recebem Nosso Senhor não morrem de alegria".  

A pequena Imelda Lambertini foi beatificada em 1826 pelo Papa Leão XII, e foi proclamada Patrona das Primeiras Comunhões em 1910 pelo Papa São Pio X.  Foi neste ano que foi declarado que as crianças menores de 12 anos poderiam receber a Primeira Comunhão.

Até hoje, seu pequeno corpo se encontra intacto, depois de mais de 670 anos, numa redoma de cristal, na Igreja de São Sigismondo, em Bolonha.


A meditação da história da  pequena Imelda, traduz o pleno conhecimento, o cristalino panorama que uma menina de apenas 11 anos tinha sobre as  verdades  divinas.  Visão tão clara que Imelda não entendia como as pessoas não morriam  ao receber Jesus na Eucaristia.   São Tomás de Aquino, a respeito desse amor eucarístico, certa vez declarou:  
"O Martírio não é nada em comparação com a Santa Missa. Pelo martírio, o homem oferece a Deus a sua vida;  na Santa Missa, porém,  Deus dá o seu Corpo e o seu Sangue em sacrifício para os homens. Se o homem reconhecesse devidamente esse mistério, morreria de amor".

Amolece, Senhor, o nosso coração petrificado.  Aclara, Senhor, nossa visão, obscurecida pelas ilusões mundanas. Abre nossa mente, Senhor, para que possamos compreender a sublimidade da Eucaristia. Tende piedade de nós, Senhor, pela nossa indiferença na fila da Comunhão.  Aproxima-nos, Senhor, do sacramento da Penitência, para que possamos Te receber com a casa limpa, livre das imundícies que todos os dias deixamos agregar à alma.  Não permitais, jamais, Senhor, que Te recebamos indignamente. Piedade, Senhor, piedade de nós e da humanidade inteira.  Te adoramos na Eucaristia e imploramos, por intercessão de Maria, que o Pão do Céu seja para nós SEMPRE:  alimento espiritual, remédio para a alma,  força na luta contra o mal, consolo nas tribulações e  proteção constante na caminhada terrena. Amém!

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