8. —
Notemos que a oração produz três espécies de bens. Primeiramente, constitui um
remédio eficaz contra todos os males. Livra-nos dos pecados cometidos:
«Remistes, Senhor, a iniqüidade de meu pecado, diz o Salmista (Sl 31,5-6) por
isso todo homem santo dirigirá a Vós sua prece». Assim pediu o ladrão sobre a
cruz e obteve seu perdão, pois Jesus lhe respondeu: «Em verdade vos digo, hoje
mesmo estareis comigo no paraíso». (Lc 23,43), Do mesmo modo Rezou o publicano
e voltou para casa justificado (cf.Lc18,14). A oração nos liberta do medo dos
pecados que virão, das tribulações e da tristeza. Alguém está triste
entre vós? Reze com a alma tranqüila(Tg 5,3).
A oração
nos livra das perseguições dos inimigos. Está escrito no Salmo 108, 4: Em
resposta ao meu afeto me fizeram mal; eu, porém, orava.
9. — Em
segundo lugar, a oração é um meio útil e eficaz para a realização de todos os
nossos desejos. Tudo o que pedirdes na oração, diz Jesus, crede,
recebereis. (Mc 11,24)
Se não
somos atendidos, será porque — ou não pedimos com insistência: é preciso rezar
sem descanso (Lc 18, 1) — ou então não pedimos o que é mais útil à nossa
salvação. «O Senhor é bom, diz Santo Agostinho, muitas vezes não nos concede o
que queremos, para nos dar os bens, que desejaríamos receber, se nossa vontade
estivesse bem de acordo com a sua divina vontade». São Paulo é exemplo disso,
pois, por três vezes, pediu para ficar livre de um forte sofrimento em sua
carne e não foi atendido (cf. II Cor 12,8).
10. — Em
terceiro lugar a oração é útil, porque nos torna familiares de Deus. Que minha
oração suba até vós, como a fumaça do incenso, diz o Salmista (Sl 140, 2).
Fonte:
Sermões de São Tomás de Aquino, Edição Eletrônica Permanência, 2003
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