segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Sermões de São Tomás de Aquino - Os bons efeitos da oração




8. — Notemos que a oração produz três espécies de bens. Primeiramente, constitui um remédio eficaz contra todos os males. Livra-nos dos pecados cometidos: «Remistes, Senhor, a iniqüidade de meu pecado, diz o Salmista (Sl 31,5-6) por isso todo homem santo dirigirá a Vós sua prece». Assim pediu o ladrão sobre a cruz e obteve seu perdão, pois Jesus lhe respondeu: «Em verdade vos digo, hoje mesmo estareis comigo no paraíso». (Lc 23,43), Do mesmo modo Rezou o publicano e voltou para casa justificado (cf.Lc18,14). A oração nos liberta do medo dos pecados que virão, das tribulações e da tristeza.  Alguém está triste entre vós? Reze com a alma tranqüila(Tg 5,3).


A oração nos livra das perseguições dos inimigos. Está escrito no Salmo 108, 4: Em resposta ao meu afeto me fizeram mal; eu, porém, orava.

9. — Em segundo lugar, a oração é um meio útil e eficaz para a realização de todos os nossos desejos.  Tudo o que pedirdes na oração, diz Jesus, crede, recebereis. (Mc 11,24)

Se não somos atendidos, será porque — ou não pedimos com insistência: é preciso rezar sem descanso (Lc 18, 1) — ou então não pedimos o que é mais útil à nossa salvação. «O Senhor é bom, diz Santo Agostinho, muitas vezes não nos concede o que queremos, para nos dar os bens, que desejaríamos receber, se nossa vontade estivesse bem de acordo com a sua divina vontade». São Paulo é exemplo disso, pois, por três vezes, pediu para ficar livre de um forte sofrimento em sua carne e não foi atendido (cf. II Cor 12,8).

10. — Em terceiro lugar a oração é útil, porque nos torna familiares de Deus. Que minha oração suba até vós, como a fumaça do incenso, diz o Salmista (Sl 140, 2).


Fonte: Sermões de São Tomás de Aquino, Edição Eletrônica Permanência, 2003

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