quarta-feira, 8 de agosto de 2012

São Casemiro Rei



"Melhor aplicação da  nobreza um príncipe não pode fazer, senão servindo aos pobres. Quanto a mim,  maior honra não aspiro, que fazer-me servo do mais pobre"

Casimiro, príncipe da  Polônia e  rei eleito da  Hungria, o terceiro filho do rei Casimiro IV da Polônia e Isabel da Áustria, nasceu em 14 de outubro de  1458. Não só recebeu uma educação primorosíssima de sua santa mãe, mas teve também excelentes mestres que o introduziram  nas  ciências;    entre eles  merece  atenção o célebre Longino,  homem de grande saber e virtude.  O maior prazer de Casimiro era rezar e  estudar e  seu lugar predileto era a Igreja.  "Em parte alguma me sinto tão bem - dizia - como nos degraus  do altar. Tendo para escolher entre a casa, o jogo, a dança e outros  divertimentos,  dispenso-os  todos, se  puder ficar na Igreja".  À santa Missa assistia  Casimiro com  um recolhimento admirável.   Tendo mais idade, levantava-se   durante a noite, para fazer uma visita à Igreja;  se a achava  fechada, ficava de joelhos na porta, em profunda  adoração ao Santíssimo Sacramento.   Terníssima  era  sua devoção à Sagrada  Paixão e Morte  de  Jesus Cristo. Os olhos enchiam-se-lhe de lágrimas, todas as  vezes  que olhava  para o crucificado.  A Maria Santíssima não chamava de outro nome senão o de  "minha  querida Mãe". 




  O  hino predileto, que muitas  vezes  recitava era:  "Omni die dic Mariae", pérola  preciosíssima da literatura cristã, não da sua lavra, como muitos  pretendem que seja, mas provavelmente de  autoria de Santo Anselmo de  Canterbury.  Uma cópia deste hino  achava-se no túmulo do Santo, quando aberto em 1604. O corpo estava  perfeitamente conservado e o hino encontrou-se  debaixo da  cabeça. 

Como o amor  a  Jesus  e Maria ligava  Casimiro uma  grande  caridade aos pobres, o que  lhe valeu o título de  "pai dos pobres".  A algumas pessoas  da corte, que achava  essa  caridade  um tanto exagerada, Casimiro respondeu: "Melhor aplicação da  nobreza um príncipe não pode fazer, senão servindo aos pobres. Quanto a mim,  maior honra não aspiro, que fazer-me servo do mais pobre". 

 O desprezo que tinha  pelas honras e grandezas do mundo é  bem caracterizada pelo modo porque se  houve na campanha contra  Matias, rei da Hungria. Matias  tinha perdido o trono, e representantes  da nação húngara ofereceram a  Casimiro a  coroa de Santo Estevão. O pai apoiava fortemente  o pedido dos  embaixadores e  determinou ao filho, que contava apenas 13 anos, que com força armada entrasse  na Hungria, onde  Matias o aguardava  com poderoso exército, esperando a entrada do jovem príncipe.  Nesse meio tempo, como o povo declarou-se novamente  a favor de Matias  para  que retornasse,   o Papa Sixto IV também  manifestou a intenção de vê-lo  de volta ao trono.  Em consideração a estes fatos,  Casimiro retirou-se para o castelo de  Dobzki, onde passou  uns meses  às práticas  da mais austera penitência.  Um segundo convite de  políticos  húngaros não mais  foi tomado em consideração, e o desejo do santo de  alcançar a  coroa  da glória eterna aumentou consideravelmente. 

Apesar de  rodeada de todo o conforto, a vida se  São Casimiro foi acompanhada de um espírito de  penitência que não é comum entre os homens. Extremamente rigoroso consigo, Casimiro trazia  sempre um cilício para  castigar o corpo e cada  semana dedicava uns dias ao jejum. Os dias de  jejum e abstinência  por mandamento da Igreja eram observados  com toda a pontualidade, mesmo na doença. Ao sono eram reservadas poucas horas e, embora lhe tivesse  à disposição  um leito que em comodidade nada deixava a desejar, Casimiro escolhia de  preferência o chão para o repouso do corpo. 

A prática de  todas estas virtudes mereceram ao  príncipe a fama de grande Santo. Entre as  virtudes  que lhe adornavam o coração, foi a  da  santa pureza que Casimiro exercia com especial  esmero, e à qual se  obrigou   por um voto. É  admirável que o jovem príncipe pudesse chegar a um grau tão elevado, principalmente nesta virtude, quando se via, dia por dia, rodeado de perigos e seduções.  A chave  deste segredo   estava na recepção dos Sacramentos, na devoção à Santíssima Virgem, na mortificação constante do corpo e na fuga das más ocasiões. Em sua presença ninguém ousava proferir palavra que ofendesse a moral. Quando contava  24 anos, lhe apareceram no organismo todos os sintomas da tuberculose. Os médicos vendo  já esgotados todos os recursos  da ciência, deram ao príncipe,  como última  esperança de salvar a  vida, o conselho de  se casar. Casimiro, mal tinha ouvido esta proposta, declarou: "Antes prefiro morrer;  e se tivesse de perder mil vidas, todas perderia, para guardar a  castidade  virginal". Por um favor especial de  Deus,  Casimiro soube o dia de sua morte, para ela  se preparou com muito  fervor. As últimas  palavras que disse, foram, depois de ter beijado o Crucifixo: "Em vossas  mãos, ó Jesus,  entrego o meu espírito". 

 Casimiro  morreu  em 1484, sendo sua  festa celebrada no dia 04 de março.  São Casimiro goza de  grande veneração na Polônia, onde sua festa  é comemorada com oitava. 

 Reflexões:

As  devoções  prediletas de São Casimiro eram a Sagrada Paixão e morte de  Nosso Senhor  e  a  devoção a Maria  Santíssima.  Nestas devoções estava o segredo, porque  tão ciosamente guardava a  virtude da pureza. Procurava  a  morte  a  macular esta virtude.  Quem tem  amor  a   Jesus  e Maria, deve  igualmente amar a virtude  angélica, que é a  predileta da Mãe de  Deus e de seu  Filho. Se queres  adiantar-te  neste santo amor, cultiva em teu coração a Sagrada Paixão e  Morte de  Jesus Cristo.  Durante a quaresma, devias  fazer uma leitura quotidiana de  um ou outro trecho da Sagrada Paixão. Quanto mais teu espírito penetrar neste mistério de  amor, tanto mais  em  tua alma se acentuará o desejo de servir unicamente a Deus, que tanto te amou.                                  Sobre incorrupção do corpo

Passados 120 anos de seu enterro,   ao abrir-se seu sepulcro,  encontrou-se seu corpo incorrupto, como se  estivesse recém enterrado. Nem sequer seus vestidos haviam deteriorado-se,  considerando-se  ainda que o sítio  onde encontrava-se seu sepulcro era extremamente úmido. Sobre seu peito foi encontrada uma poesia à Santíssima Virgem, que  mandou que colocassem sobre seu cadáver no dia de seu enterro.



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