Ecclesia Militans
Nossos
irmãos Protestantes frequentemente interpretam mal o ensinamento Católico sobre
a Salvação, acreditando que os Católicos devem
fazer ”boas obras” para chegarem
a Deus e ao Céu. Isto, na verdade, é exatamente o oposto do que ensina a Igreja
Católica. O Concílio de Trento salienta:
801.
O Apóstolo diz que o homem é justificado pela fé e sem merecimento (Rom 3, 22-
24). Estas palavras devem ser entendidas tais como sempre concordemente a
Igreja Católica as manteve e explicou. “Nós somos justificados pela fé”: assim dizemos, porque
“a fé é o princípio da salvação
humana”4, o fundamento e a raiz de toda justificação, sem a qual é impossível
agradar a Deus (Heb 11, 6) e alcançar a
companhia de seus filhos. Assim, pois, se diz que somos justificados
gratuitamente, porque nada do que precede à justificação, nem a fé, nem as
obras, merece a graça da justificação.
Porque se ela é graça, já não procede das obras; do contrário a graça,
como diz o Apóstolo, já não seria graça (Rom 11, 6).
O
entendimento Evangélico apresenta dois problemas ligados ao mesmo tópico:
1-
A
definição apropriada de boas-obras.
2- O entendimento de “Mérito da Salvação”, de
acordo com o ensinamento do Catecismo da Santa Igreja, é geralmente distorcido pelos Evangélicos e, na verdade,
não representa o que a Igreja ensina.
I-
Os Evangélicos costumam argumentar contra as “boas-obras” e se baseiam nos
escritos de S. Paulo, em sua carta aos Romanos, para sustentação desse ponto de
vista:
“Poderemos
nós então gabarmo-nos de ter feito alguma coisa para ganhar essa salvação? Com
certeza que não. E porquê? Porque a nossa absolvição não se baseia nas nossas
obras, mas na fé nele.”(Rm 3,28-29)
O
problema com essa abordagem é que muitos protestantes parecem não levarem em
consideração o verdadeiro significado do termo Obras da Lei tal e qual definido
por S. Paulo. De fato, de modo algum São Paulo contradiz o ensinamento
católico. A noção Católica de boas-obras, na verdade, sai diretamente das
Sagradas Escrituras pois ela não poderia contrariar a palavra de Deus contida,
por exemplo, na Carta aos Romanos.
II-
O segundo problema do Evangélico é justamente interpretar mal os documentos da
Igreja, alguns chegando até mesmo a usá-los como suporte para seu argumento.
Eis dois exemplos:
§2010
– Sob a moção do Espírito Santo e da caridade, podemos, depois, merecer para
nós mesmos e para outros, as graças úteis para a santificação e para o aumento
da graça e da caridade, bem como para a obtenção da vida eterna.
§
2068 [...] a missão de ensinar todas as nações e de pregar o Evangelho a toda a
criatura, para que todos os homens se salvem pela fé, pelo Batismo e pelo
cumprimento dos mandamentos» (18).
Nunca,
na história de sua tradição dogmática, a Igreja Católica ensinou que o Cristão
pode ganhar sua salvação, ganhar o céu, ou o que for por seus próprios méritos
… Ou seja, nosso Paraíso, nossa
Salvação, tudo o que Deus nos oferece nos é dado por Sua Graça e não por conta
de nossos méritos. A Igreja afirma ainda que fé em Jesus e Naquele que O enviou
é necessária para obter-se a Salvação, que é um dom oferecido gratuitamente por
Deus.
A
palavra merecer – da raiz mérito – no parágrafo §2010 do Catecismo trata, na
verdade, com a noção de Mérito condigno e não Mérito Estrito. A Igreja Católica
ensina que somente Cristo é capaz de merecer, enquanto meros homens não podem
(Catecismo da Igreja Católica 2007). O único mérito humano é o Mérito
Condigno, quando sob o impulso da graça
de Deus, ele pratica quaisquer atos que agradam a Deus, pelos quais ele
prometeu nos recompensar (Rom. 2,6-11, Gal. 6,6-10). Assim, a graça de Deus e
sua promessa formam a base para todo o mérito humano (CCC 2008). Os parágrafos do catecismo citados acima
tratam de mérito condigno e re-afirmam aquilo ensinado na Bíblia e no Concilio
de Trento: O dom da Salvação provém de Deus e nos é dado por sua benevolência e
não pelos nossos méritos.
Então
por que praticar Boas-Obras?
1-
Porque elas são agradáveis aos olhos de Deus. Cristo nos disse que aquilo que
fizermos aos mais pequeninos de Seu rebanho, fazemos à ele ( Mateus 25, 40).
2-
Porque devemos amar-nos uns aos outros. Fazer o bem é pôr o amor cristão em
prática e não somente em palavras.
3-
A Bíblia diz-nos que cada um será recompensado por suas obras (Rom.
2:6–11; Gal. 6:6–10).
O
post acima foi originalmente produzido por H. Walker para o Blog Ecclesia
Militans
Fonte:
bibliacatolica.com.br
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